quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Meninos de S.Tomé


Meninos que salpicam  o destino com laivos de alegria
Meninos do mar e dos caminhos de areia, onde se marcam os seus pequenos e apressados passos com pegadas que um dia uma onda apaga mas que o meu coração não esquece…

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mornas e Coladeiras

Ritmos cabo verdianos e mergulhos sem fim...
Agora mergulhava de novo nestas águas  como se o mundo me pertencesse, ou pelo contrário, como se nada tivesse a não ser o êxtase desse momento.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Palavras gastas

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor, 
e o que nos ficou não chega 
para afastar o frio de quatro paredes. 
Gastámos tudo menos o silêncio. 
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas, 
gastámos as mãos à força de as apertarmos, 
gastámos o relógio e as pedras das esquinas 
em esperas inúteis. 

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada. 
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro; 
era como se todas as coisas fossem minhas: 
quanto mais te dava mais tinha para te dar. 

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes. 
E eu acreditava. 
Acreditava, 
porque ao teu lado 
todas as coisas eram possíveis. 

Mas isso era no tempo dos segredos, 
era no tempo em que o teu corpo era um aquário, 
era no tempo em que os meus olhos 
eram realmente peixes verdes. 
Hoje são apenas os meus olhos. 
É pouco, mas é verdade, 
uns olhos como todos os outros. 

Já gastámos as palavras. 
Quando agora digo: meu amor, 
já se não passa absolutamente nada. 
E no entanto, antes das palavras gastas, 
tenho a certeza 
que todas as coisas estremeciam 
só de murmurar o teu nome 
no silêncio do meu coração. 

Não temos já nada para dar. 
Dentro de ti 
não há nada que me peça água. 
O passado é inútil como um trapo. 
E já te disse: as palavras estão gastas. 

Adeus. 

                                        Eugénio de Andrade

(Um poema forte mas muito bonito. O meu preferido de Eugénio de Andrade)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Recordar um Verão assim...

...de contrastes, descobertas, aventura e perfeição.
Palavras que ilustram as viagens-surpresa com que me deliciaram!


Barcelona
                         
                                                                           Açores

"(...)Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu."
                                    Fernando Pessoa

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A voz das vítimas


" O uso sistemático da violência, as leis de excepção,a repressão continuada sobre os adversários, a censura, a PIDE/DGS, os tribunais políticos e as milícias fascistas foram a verdadeira sustentação da ditadura"


Exposição na antiga cadeia do Aljube. Entrada gratuita.
Recomendo!

sábado, 5 de novembro de 2011

Sucessivas ambições

Noto como o ser humano é um ser constantemente insatisfeito.Parece que nada do que temos chega e que aquilo de que somos feitos se esgota algures num minuto qualquer.
É o que acontece com os desejos:  por vezes, um desejo realizado é um desejo morto.